A primazia de se eleger vereador em um município grande e complexo como Marabá é um sonho para muitos, mas a de, além disso, figurar como o campeão de votos, garante força para o início de uma nova legislatura. Em Marabá, quem alcançou o feito foi Márcio Gonçalves, o Márcio do São Félix (PSDB), com 2.814 votos. Reeleito, sua primeira fala sobre o mandato que vai começar em 2021 foi de que é preciso equalizar melhor o protagonismo da Câmara e o da Prefeitura. Na visão dele, o poder legislativo tem sofrido um desgaste público que não condiz com o nível de trabalho de seus membros.
Apesar de pertencer ao grupo governista, Márcio afirma que teve pouquíssimo apoio para a sua campanha, mas que correu atrás do que era necessário, fortalecendo o PSDB local, do qual é presidente e ampliando a sua própria base de eleitores. Na primeira ele teve grande votação entre os católicos e os moradores do complexo São Félix, bairro onde reside e onde fica a sua empresa. Desta vez, ele diz que também deu atenção a entidades que têm trabalho reconhecido e sério e que estavam precisando de voz e apoio. Isso teria sido reconhecido agora, na hora da eleição.
“Agora temos de sentar e avaliar os novos cenários. Vou lutar muito pela valorização do Legislativo. Nós temos que dar crédito a tanta coisa boa que produzimos na Câmara. Às vezes ficamos só com o ônus, a grande parte da população não compreende e nem tem acesso a tudo o que fazemos. Nessa campanha eu ouvi muitas críticas da rua para a CMM e isso não pode passar em branco”, avalia o vereador.
Leia mais:Questionado sobre possibilidade de se lançar a presidente da Câmara, uma especulação natural que ronda o vereador mais votado da vez, Márcio, que já foi líder do governo, respondeu que não é o momento para essa discussão, que tal colocação seria prematura. “Isso aí é um outro processo que tem de ser discutido com muito desprendimento, sem vaidades, no momento certo. O fato de ser o mais votado não me faz sentir que esteja à frente de ninguém nesse sentido”, disse, sem negar, no entanto, que tenha essa vontade.
Márcio lamentou que a mudança no cálculo para uma cadeira na Câmara tenha deixado de fora colegas que na visão dele fizeram um bom trabalho e, inclusive, foram bem votados novamente. Alguns ficaram de fora para candidatos com votação menor. Segundo ele, foi um aprendizado desse novo modelo e que ainda merece análise dos partidos. (Da Redação)