Correio de Carajás

60,2% das famílias paraenses estavam endividadas em setembro

60,2% das famílias paraenses estavam endividadas em setembro

Em setembro deste ano foi constatado que 60,2% das famílias paraenses estavam endividadas. Ou seja, são aquelas pessoas que fizeram compras parceladas. Deste total, 20,2% estavam inadimplentes, sendo contas a pagar, em média, com 73 dias de atraso. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Divulgado na quinta-feira (03), o levantamento é realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC/Fercomércio-PA).

O percentual de famílias endividadas tem aumentando desde abril deste ano e é maior do que o registrado em setembro de 2018, quando 54,2% das famílias haviam contraído dívidas no Pará. Contudo, o número de inadimplentes era maior, já que 28,9% do total apresentavam contas em atraso. A maioria das dívidas dessas famílias foi contraída com cartão de crédito, sendo apontado por 74,3%. Depois vem o crédito pessoal (22,4%), carnês (7,3%), créditos consignados (4,3%), cheque especial (2,1%), financiamentos de casa (4%) e de carro (3%).

Aumento

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Assessora econômica da Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio-PA), Lúcia Cristina Lisboa explica que, embora o percentual no Estado esteja um pouco abaixo da média nacional – 65,1% das famílias brasileiras endividadas -, contudo o Pará acompanha o ritmo de aumento de endividamento.

“As famílias endividadas têm contas a pagar por mais quatro meses, comprometendo 23,3% do orçamento doméstico mensal só para pagamento de dívidas. Fora os custos fixos como educação, plano de saúde, energia e outros”, pontuou.

“Se na família tem pessoas que não estão trabalhando, isso acaba dificultando na quitação das dívidas. A renda média de R$ 1.522 também influencia na necessidade do consumidor de consumir produtos de forma parcelada”.

Na avaliação da assessora econômica, o aumento da taxa de endividamento, tanto a nível nacional como regional, é reflexo da retração da economia como um todo. “Como a economia não reagiu no sentido de reativar as atividades econômicas de maneira que ampliasse a oferta de emprego e melhorasse a renda, os consumidores ainda encontram dificuldades para pagar dívidas”, disse. “Como a média salarial não é alta, o consumidor compra muito no cartão”, acrescenta Lúcia.

ORIENTAÇÕES

O consumidor precisa conhecer qual o seu volume de endividamento. Se não tiver esse parâmetro acaba encontrando dificuldades para pagar, o que gera a inadimplência.

Com a perspectiva de uso dos recursos do FGTS e 13º salário, recomenda-se ao consumidor que tente sanar as dívidas e, aqueles que tiverem condições, tentem antecipar parcelas para diminuir o impacto sobre o orçamento mensal.

O primeiro passo, então, é saber qual o volume total que se deve.

O segundo passo é procurar o credor para renegociar as dívidas. O ideal é começar pelas maiores, que possuem os juros mais elevados.

O consumidor tem de observar as suas disponibilidades. Agora o pagamento espontâneo das dívidas em atraso é proveitoso geralmente quando há recursos extras disponíveis e os credores podem oferecer descontos nos juros, multas e atrasos.

É sempre válido tentar negociar descontos para se tornar adimplente. Vale ressaltar que o empresário também tem interesse de que o consumidor fique adimplente, para que a economia possa girar.

Comprar no cartão de crédito nem sempre é ruim. Às vezes se faz necessário devido o produto ser de alto valor. Mas esse valor de parcelamento não deve comprometer mais do que 30% da renda mensal. (Fonte:DOL)