Correio de Carajás

29ª Romaria do Divino Espírito Santo encerra as festividades em Marabá

Cerca de 15 embarcações participaram da 29a Romaria Fluvial do Divino Espírito Santo / Foto: Jordão Nunes

A Festa do Divino Espírito Santo é uma das mais antigas e difundidas tradições do catolicismo popular brasileiro. Em Marabá, a 29ª Romaria Fluvial encerrou as festividades na tarde desde sábado (4). O trajeto que iniciou no porto do Bairro Amapá, por volta das 16h30, saiu pelo Rio Itacaiunas e finalizou na rampa da Colônia de Pescadores Z-30, no Bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira, onde está localizada a Capela do Divino Espírito Santo.

Por conta da pandemia do coronavírus, o evento não foi realizado no ano de 2020. Contudo, a organização conseguiu realizar as festividades esse ano.

Ademar Gomes, um dos coordenadores do evento, fala da emoção e da representatividade do Divino para os devotos - Foto: Daniel Mangas
Ademar Gomes, um dos coordenadores do evento, fala da emoção e da representatividade do Divino para os devotos – Foto: Daniel Mangas

De acordo com o coordenador e presidente de honra da Associação, Ademar Gomes Dias, 52 anos, 12 barcos grandes, 5 rabetas e 3 voadeiras – que levavam a imprensa – participaram da romaria fluvial, totalizando cerca de 300 pessoas em todas as embarcações.

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“Começamos a festividade com uma tradicional caminhada, sempre no primeiro final de semana do mês de maio. E no último final de semana de setembro acontece o encerramento, o momento em que fazemos a romaria fluvial e todas as divindades, imperadores e imperatrizes, foliões e devotos”, explica.

Com mais de um século e meio de tradição, Ademar conta que essa é uma tradição que vai passando de geração em geração. “o Divino representa fé e amor. Desejo que o Espírito de Deus esteja presente em todas as famílias, independente de religião”.

Dona Joana, de 88 anos, é devota do Divino e estava muito emocionada aguardando a chegada da romaria na rampa da Z-30 - Foto: Daniel Mangas
Dona Joana, de 88 anos, é devota do Divino e estava muito emocionada aguardando a chegada da romaria na rampa da Z-30 – Foto: Daniel Mangas

Na rampa da Z-30, a reportagem do Correio de Carajás encontrou Joana Ferreira Alves, de 88 anos. Muito emocionada, a devota falou que a romaria é a coisa mais linda que existe no mundo. “Quando nasci minha mãe já festejava o Divino e eu venho festejando desde criança. Morro pelo Divino”, conta chorando, falando que torce para que ano que vem consiga assistir a romaria novamente.

Na chegada ao Bairro Santa Rosa, música, dança e orações encantam os devotos - Foto: Daniel Mangas
Na chegada ao Bairro Santa Rosa, música, dança e orações encantam os devotos – Foto: Daniel Mangas

Outra devota que estava muito emocionada era dona Rosimar da Silva Farias, 63 anos. Aguardando a chegada dos romeiros em frente à Capela, ela afirma que recebeu seu primeiro milagre aos 15 anos de idade.

“Eu já achava uma festa muito bonita, mas depois que recebi meu primeiro milagre da divindade eu participo todos os anos. Ele é o santo da minha devoção”, conta ela, que é filha de Marabá, nascida e criada no Bairro Santa Rosa.

Encerramento da tradicional festividade do Divino - Foto: Daniel Mangas
Encerramento da tradicional festividade do Divino – Foto: Daniel Mangas

Com muitos simbolismos, a Festa do Divino é marcada por vestimentas, ornamentos e adereços, incluindo cânticos, orações, danças, ofertas, devoção e fé.

O pombo, representado quase sempre no topo de um mastro e às vezes envolto em uma coroa onde são amarradas as fitas com as promessas dos devotos, simboliza o Espírito Santo encarnado, elemento central da festa.

A coroa e o cetro são objetos que estão ligados ao poder do Imperador, indivíduo responsável, ao lado de sua corte, por zelar pela festa e mobilizar as pessoas. E o vermelho da bandeira remete ao fogo, forma pela qual o Espírito Santo se manifestou aos apóstolos. (Ana Mangas)