Policiais lotados na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Parauapebas, iniciaram uma campanha para arrecadar doações para um bebê de um mês e meio que foi ferido pela própria mãe, uma adolescente de 15 anos, na última semana. Ela foi encaminhada temporariamente para o Centro Feminino Internação Provisório, em Belém, por decisão da Vara da Infância e Juventude.
Conforme o investigador Mario Almeida, o pai da criança, um jovem de 18 anos, não estava empregado até o dia do ocorrido e também tem dificuldades em manter o bebê, o que levou a equipe a se juntar e iniciar a mobilização pelo bem-estar da criança.
“Devido o acontecido com a mãe dela, que ficou impossibilitada de alimentar a criança, essa campanha foi criada para arrecadar leite, fralda, roupa… tudo aquilo que um bebê precisa. O pai vive em situação difícil e queremos ajudar essa família a ter o que essa criança merece”, explica. As doações podem ser entregues na unidade policial, no Bairro Jardim Canadá.
Leia mais:Na última segunda-feira (7), a delegada Ana Carolina Carneiro, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca), informou que a criança apresentou melhora no estado clínico e que a mãe, além de ser provisoriamente internada, seria submetida à uma avaliação psicológica para identificar se estava sob influência do estado puerperal quando cometeu a infração.
À Polícia Civil, a adolescente alegou que desde o parto não se sentia bem e disse que feriu a criança na tentativa de ajudá-la após um médico diagnosticar uma hérnia umbilical e afirmar que o menino não estava em idade de ser submetido à cirurgia para removê-la.
“Ela disse que a criança estava chorando muito e que ela queria tirar a hérnia de umbigo, assim desferiu três golpes de facada na região”, explicou a delegada. A própria adolescente, o pai do bebê e uma tia dele encaminharam a criança à rede hospitalar de Parauapebas após o ocorrido.
O Jornal Correio conversou com o pai da adolescente – avô do bebê – nesta semana. Conforme ele, que não será identificado para preservar a identidade da criança, a filha teria levado o menino cerca de cinco vezes ao médico porque ele chorava demais, mas nunca recebeu atendimento adequado.
“Mandavam pra casa e três ou quatro dias depois ela voltava para o hospital, mas eles não faziam nada. Na última vez disseram que o menino tinha nascido com hérnia, mas era muito novo para fazer a cirurgia. O médico não passou medicamento e ela, já desesperada, com o resguardo quebrado, sem dormir e sem condições de resolver porque o médico disse que não tinha como resolver, acabou fazendo isso. Ela não fez por maldade, fez para benefício do filho dela, achou que uma hérnia era como se fosse uma linha, uma coisinha…”, defendeu o pai, lembrando que a própria adolescente prestou socorro à criança. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)