Correio de Carajás

105 anos: Vão-se os ciclos, fica a vontade de vencer

Marabá deixou de ser refém dos sucessivos ciclos econômicos que marcaram o seu desenvolvimento e o de grande parte dos municípios das regiões sul e sudeste do Pará, como ocorreu no passado. A constatação foi feita pelo professor José Otávio Magno Pires, do curso de Economia da Unifesspa, e coordenador interino do Laboratório de Economia (Lainc) na mesma instituição, que desde o segundo semestre de 2017 passou a medir o Índice de Preço ao Consumidor na cidade.

Em entrevista concedida ao Correio para esta edição especial de aniversário da cidade, ele falou sobre o atual momento da economia no município e indicou caminhos que apontam para um futuro que coloca Marabá em pé de igualdade entre os municípios mais desenvolvidos do País.

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A afirmação do professor baseia-se nos números de 2017 do Cadastro de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho, o Caged, no qual Marabá figura entre os 10 municípios que mais geraram emprego no Brasil. “Mesmo com o País ainda em recessão, Marabá conseguiu ficar em 9º lugar entre as 100 cidades que mais criaram vagas no último ano, à frente de outras com população bem maior e até de capitais como Belém, que sequer figura entre os municípios da lista”, afirma José Otávio, reforçando que o aumento na criação de postos de trabalho é o melhor termômetro para medir a saúde econômica de uma cidade.

Segundo o economista, os ciclos de desenvolvimento pelos quais Marabá já passou, na verdade, criaram um ambiente propício para que o município se tornasse uma força emergente e dinâmica, com uma economia alicerçada na prestação de serviços.

“A expectativa que se criou em torno de grandes projetos siderúrgicos e de mineração, como a Alpa, anunciados com estardalhaço, mas que não vingaram, deixou um gostinho de frustração no ar. Empresas que já haviam começado a se instalar na cidade em função dessa expectativa repensaram seus investimentos e recuaram. Outras, no entanto, acabaram ficando ao perceber o potencial do mercado local”, detalha.

Aposta

De fato, teve quem veio por conta da Alpa e ficou, mesmo com o engavetamento definitivo do projeto anunciado pela Vale, que caiu como um balde de água fria sobre muitos empreendedores com sede de expansão.

O empresário Rodrigo Barroso Gonçalves, dono da Fibralink, por exemplo, foi um dos que ficaram, preferindo apostar no mercado local, que há doze anos – época em que desembarcou por aqui – só contava com serviços de internet via rádio. “Fácil não foi, mas assim que vi a logística da cidade por si só favorecia o empreendimento, resolvi ficar e não me arrependo nem um pouco, pelo contrário”, afirma.

Atualmente, a empresa capitaneada por ele já tem mais de 650 quilômetros de fibra ótica implantado e atende os principais núcleos da cidade. “Há 10 anos a comunicação digital movimentava 8% do PIB mundial. Hoje já são 20%. Ou seja, um quinto de todo o PIB mundial está nas mãos desse setor”, revela, citando pesquisa do site teleco.com.br. 

(Adilson Poltronieri)

Marabá deixou de ser refém dos sucessivos ciclos econômicos que marcaram o seu desenvolvimento e o de grande parte dos municípios das regiões sul e sudeste do Pará, como ocorreu no passado. A constatação foi feita pelo professor José Otávio Magno Pires, do curso de Economia da Unifesspa, e coordenador interino do Laboratório de Economia (Lainc) na mesma instituição, que desde o segundo semestre de 2017 passou a medir o Índice de Preço ao Consumidor na cidade.

Em entrevista concedida ao Correio para esta edição especial de aniversário da cidade, ele falou sobre o atual momento da economia no município e indicou caminhos que apontam para um futuro que coloca Marabá em pé de igualdade entre os municípios mais desenvolvidos do País.

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A afirmação do professor baseia-se nos números de 2017 do Cadastro de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho, o Caged, no qual Marabá figura entre os 10 municípios que mais geraram emprego no Brasil. “Mesmo com o País ainda em recessão, Marabá conseguiu ficar em 9º lugar entre as 100 cidades que mais criaram vagas no último ano, à frente de outras com população bem maior e até de capitais como Belém, que sequer figura entre os municípios da lista”, afirma José Otávio, reforçando que o aumento na criação de postos de trabalho é o melhor termômetro para medir a saúde econômica de uma cidade.

Segundo o economista, os ciclos de desenvolvimento pelos quais Marabá já passou, na verdade, criaram um ambiente propício para que o município se tornasse uma força emergente e dinâmica, com uma economia alicerçada na prestação de serviços.

“A expectativa que se criou em torno de grandes projetos siderúrgicos e de mineração, como a Alpa, anunciados com estardalhaço, mas que não vingaram, deixou um gostinho de frustração no ar. Empresas que já haviam começado a se instalar na cidade em função dessa expectativa repensaram seus investimentos e recuaram. Outras, no entanto, acabaram ficando ao perceber o potencial do mercado local”, detalha.

Aposta

De fato, teve quem veio por conta da Alpa e ficou, mesmo com o engavetamento definitivo do projeto anunciado pela Vale, que caiu como um balde de água fria sobre muitos empreendedores com sede de expansão.

O empresário Rodrigo Barroso Gonçalves, dono da Fibralink, por exemplo, foi um dos que ficaram, preferindo apostar no mercado local, que há doze anos – época em que desembarcou por aqui – só contava com serviços de internet via rádio. “Fácil não foi, mas assim que vi a logística da cidade por si só favorecia o empreendimento, resolvi ficar e não me arrependo nem um pouco, pelo contrário”, afirma.

Atualmente, a empresa capitaneada por ele já tem mais de 650 quilômetros de fibra ótica implantado e atende os principais núcleos da cidade. “Há 10 anos a comunicação digital movimentava 8% do PIB mundial. Hoje já são 20%. Ou seja, um quinto de todo o PIB mundial está nas mãos desse setor”, revela, citando pesquisa do site teleco.com.br. 

(Adilson Poltronieri)