Correio de Carajás

105 anos: Arquiteto aponta alternativas

O arquiteto e urbanista Marcus Vinícius Abreu acredita que a preocupação com as questões de enchentes e alagamentos em Marabá foi tardia e que, hoje, é mais do que necessário pensar em soluções que não sejam apenas paliativas. No entanto, pondera que não espera uma solução imediata, já que fazer aterros e contenções de ribanceiras custaria milhões de reais ao governo e seria inviável. “O ideal seria regular a ocupação, mas isso já não se pode mais fazer. E também ter consciência e investimento pesado para mudar essa situação. Eu não vejo solução para isso em menos de 10 anos, levando em consideração o capital financeiro que o poder público detém e investe nisso”.

Ele acrescenta que algumas medidas podem ser tomadas para amenizar a situação, como intensificar a fiscalização das construções, que obrigatoriamente devem respeitar o Plano Diretor da cidade. “O Plano Diretor diz que você tem que deixar, pelo menos, de 10% a 20% do terreno permeável. Por exemplo, se você tem um terreno de 100 m², 20 m² tem que ser de terreno nu, grama, cascalho, terra, para absorver a água”.

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Marcus cita também os piscinões, que já são usados na cidade de São Paulo, para depositar toda a água das chuvas. “Toda a água excedida em épocas de chuva, ao invés de correr para o rio, correm para o depósito artificial”, esclarece.

Outra alternativa seria dar desconto de IPTU e outras taxas municipais para quem usa telhado verde, o que já vale em Florianópolis, Santa Catarina, conforme Vinícius. “Nós temos soluções que estão sendo implantadas em alguns lugares do Brasil, e em São Paulo já tem, que são as cisternas. Cada edificação tem que fazer uma cisterna, para que o prédio tenha aprovação do município. Para que serve essa cisterna? A água que cai da chuva, antes de ir para a rede pública, fica armazenada nela. Apenas quando o compartimento enche, que a água vai para a rede pública”.

#ANUNCIO

Além disso, ele opina que obras como a da Grota Criminosa não são viáveis. “Devido à tipologia do serviço, porque eles não trataram da questão da mata ciliar da grota e aquilo vai virar um ‘esgotão’ a céu aberto, um baita de um canal de concreto sem impermeabilidade nenhuma”.

Falta prática

Conforme informações repassadas ao Jornal pelo secretário de Viação e Obras Públicas, Fábio Cardoso Moreira, já existe planejamento para melhorar a infraestrutura do esgotamento de água na cidade. No entanto, elas deverão ocorrer apenas depois do período chuvoso. “Como o caso da Manaus, já está prevista a obra que vai ser executada esse ano. E já foi licitada uma nova rede para este local, porque a que existe hoje passa por debaixo de casas, escolas e nós não conseguimos fazer limpezas de maneira constante. Então, nós projetamos uma nova rede que vai passar pela própria rua até a grota”, revela.

Segundo ele, equipes do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM) têm realizado limpezas constantes das valas e até aberturas de galerias em pontos específicos, porque a obstrução estava em estágio avançado. Fábio justificou que existem três problemas cruciais que interferem na dificuldade de escoamento, são eles: construções irregulares no caminho da água, lixo nas valas e aumento de contribuição de água, o que deixa a rede antiga com vazão insuficiente. Além da Avenida Manaus, o secretário confirmou que as obras na Grota Criminosa estão em fase de projeto e que outras regiões de alagamento receberão apenas soluções pontuais.

 (Nathália Viegas)

O arquiteto e urbanista Marcus Vinícius Abreu acredita que a preocupação com as questões de enchentes e alagamentos em Marabá foi tardia e que, hoje, é mais do que necessário pensar em soluções que não sejam apenas paliativas. No entanto, pondera que não espera uma solução imediata, já que fazer aterros e contenções de ribanceiras custaria milhões de reais ao governo e seria inviável. “O ideal seria regular a ocupação, mas isso já não se pode mais fazer. E também ter consciência e investimento pesado para mudar essa situação. Eu não vejo solução para isso em menos de 10 anos, levando em consideração o capital financeiro que o poder público detém e investe nisso”.

Ele acrescenta que algumas medidas podem ser tomadas para amenizar a situação, como intensificar a fiscalização das construções, que obrigatoriamente devem respeitar o Plano Diretor da cidade. “O Plano Diretor diz que você tem que deixar, pelo menos, de 10% a 20% do terreno permeável. Por exemplo, se você tem um terreno de 100 m², 20 m² tem que ser de terreno nu, grama, cascalho, terra, para absorver a água”.

Marcus cita também os piscinões, que já são usados na cidade de São Paulo, para depositar toda a água das chuvas. “Toda a água excedida em épocas de chuva, ao invés de correr para o rio, correm para o depósito artificial”, esclarece.

Outra alternativa seria dar desconto de IPTU e outras taxas municipais para quem usa telhado verde, o que já vale em Florianópolis, Santa Catarina, conforme Vinícius. “Nós temos soluções que estão sendo implantadas em alguns lugares do Brasil, e em São Paulo já tem, que são as cisternas. Cada edificação tem que fazer uma cisterna, para que o prédio tenha aprovação do município. Para que serve essa cisterna? A água que cai da chuva, antes de ir para a rede pública, fica armazenada nela. Apenas quando o compartimento enche, que a água vai para a rede pública”.

#ANUNCIO

Além disso, ele opina que obras como a da Grota Criminosa não são viáveis. “Devido à tipologia do serviço, porque eles não trataram da questão da mata ciliar da grota e aquilo vai virar um ‘esgotão’ a céu aberto, um baita de um canal de concreto sem impermeabilidade nenhuma”.

Falta prática

Conforme informações repassadas ao Jornal pelo secretário de Viação e Obras Públicas, Fábio Cardoso Moreira, já existe planejamento para melhorar a infraestrutura do esgotamento de água na cidade. No entanto, elas deverão ocorrer apenas depois do período chuvoso. “Como o caso da Manaus, já está prevista a obra que vai ser executada esse ano. E já foi licitada uma nova rede para este local, porque a que existe hoje passa por debaixo de casas, escolas e nós não conseguimos fazer limpezas de maneira constante. Então, nós projetamos uma nova rede que vai passar pela própria rua até a grota”, revela.

Segundo ele, equipes do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM) têm realizado limpezas constantes das valas e até aberturas de galerias em pontos específicos, porque a obstrução estava em estágio avançado. Fábio justificou que existem três problemas cruciais que interferem na dificuldade de escoamento, são eles: construções irregulares no caminho da água, lixo nas valas e aumento de contribuição de água, o que deixa a rede antiga com vazão insuficiente. Além da Avenida Manaus, o secretário confirmou que as obras na Grota Criminosa estão em fase de projeto e que outras regiões de alagamento receberão apenas soluções pontuais.

 (Nathália Viegas)