Correio de Carajás

Juninas dos bairros ensaiam para “circuito alternativo”

Mesmo de fora da disputa oficial do Festejo Junino de Marabá, grupos de quadrilha ensaiam de forma dedicada e organizada para apresentação no chamado circuito alternativo, abrilhantando festas dos bairros, igrejas e escolas na cidade. O CORREIO acompanhou um desses ensaios, que dá luz a como os festejos continuam cultuados e elementos de integração e sonho para os jovens marabaenses, uma tradição que nunca deixou de passar de geração.

A junina Arretados da Paixão é formada por moradores da Nova Marabá, sobretudo da Folha 22, reunindo grupo de amigos que tem fascínio pela festividade. Eles têm ensaiado à noite, utilizando as quadras esportivas da VP-3, na divisa entre as folhas 22 e 23. Apesar da juventude, muitos dos participantes já são pais e mães e levam seus bebês para o local, sendo que amigos se revezam no cuidado com a criançada.

E quem pensa que essa brincadeira não tem custos se engana. O grupo, que existe há 5 anos, se organiza para ter sua própria indumentária completa, e para isso corre contra o tempo para levantar recursos para comprar roupas usadas por outras quadrilhas em anos anteriores. Aqui mesmo no Correio de Carajás, já apresentamos reportagens que destacam que para as grandes quadrilhas chegam a pagar R$ 3 mil pela confecção de um único modelito. A compra desse figurino usado, gira entre R$ 200 e R$ 600 a cada par.

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A Arretados está confiando na realização de uma rifa que tem como prêmios: uma caixa de som, um ring light e um copo Stanley e que terá sorteio no dia 24 de abril. Os próprios integrantes estão nas ruas tentando vender a todo custo os tickets.

Outro desafio é a formação da equipe, que hoje tem muitas mulheres, mas ainda depende de alguns homens a mais para formação dos casais. Segundo Richardson Farias, diretor da Arretados, está difícil encontrar rapazes com o interesse pela dança, mas que o grupo segue apostando na mesma fórmula que sempre produziu novos quadros: procura por voluntários nas escolas da rede de ensino.

Richardson: Sonho é um dia disputar a quadra oficial

“Desde quando comecei a dançar eu sempre percebi isso, a dificuldade de encontrar interesse dos homens em participarem, o que é difícil de entender, até porque isso aqui é cultura, é diversão”, responde Richardson. No dia da reportagem do portal, eram 8 pares no ensaio, mas a quadrilha já tem 14 pares confirmados.

FESTEJO OFICIAL

De outro lado, o Correio de Carajás foi atrás da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) para saber como anda a organização do 35º Festejo Junino oficial de Marabá, após dois anos sem a quadra presencial, devido à pandemia. O secretário José Scherer confirmou que o festejo acontecerá este ano e que a data ainda não foi definida. O mais provável é que seja na última semana do mês, entre 17 e 25 de junho.

Questionado sobre o que está dificultando as definições, ele respondeu que o custeio do evento que, exige um grande investimento. A Prefeitura procura apoiadores. Ele adiantou, no entanto, que será completa, com arena montada no largo da Orla, próximo à colônia dos pescadores, disputa de quadrilha municipal e intermunicipal, boi bumbá, grupos de dança e bandas locais. Também confirmou que haverá premiação.

Scherer também prometeu convocar uma coletiva de imprensa tão logo a programação esteja definida, para tornar pública a decisão. (Patrick Roberto)