Correio de Carajás

Estrutura e limpeza da “Feira da 28” é alvo de reclamação de feirantes

Falta de banheiro público, ausência de barracas para todos e limpeza pós feira, são algumas das reclamações dos comerciantes Foto: Josseli Carvalho

Uma feira limpa, organizada, com barracas padronizadas e banheiros públicos higienizados. De acordo com os comerciantes da Feira da Folha 28, essa realidade citada passa bem longe da que eles vivenciam no canteiro central da VP-8. A reportagem do Correio de Carajás conversou com vários feirantes do local e um consumidor, e as reclamações giram em torno dos mesmos eixos: falta de estrutura e limpeza.

Antônio França (há 44 anos em Marabá) é morador da Folha 29 e pontua que apesar de a área ser bonita, carece de limpeza e de sanitários. “Para melhorar mais precisa colocar um banheiro público, para o pessoal fazer suas necessidades”.

Reforçando a opinião de Antônio e aprofundando ainda mais a queixa, Joserides Soares Gomes (mais conhecido como “Pernambuco”), feirante há 54 anos, discorre sobre a questão dos sanitários e afirma que para melhorar a Feira da Folha 28 é banheiro público, que não tem.

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Antônio Franga mora em Marabá há 44 anos e é frequentador assíduo da feira  Foto: Josseli Carvalho

Em sua fala, o veterano frisa que apesar de existir um banheiro químico no final da feira, as pessoas preferem não o utilizar. O sanitário é uma necessidade.

Além disso, ele também desabafa sobre uma certa disputa que existe na feira. “Aqui é uma grande desorganização, temos duas agremiações brigando. Tem a associação e tem o sindicato, cada um quer mandar mais do que o outro”.

Na opinião do ancião, é necessária uma decisão para que só uma das entidades fique responsável pelas feiras de Marabá. “Ficam brigando os dois. Fica um contra o outro”, complementa.

Como consequência dessa divergência, Joserides relata que muitas vezes um feirante chega no local e não tem um espaço para ficar, ao recorrer para a associação ele é direcionado para um determinado lugar. Logo depois chega alguém do sindicato e manda a pessoa sair, porque ali já está ocupado por outro, detalha o veterano. “A briga é essa aí. Eu estou falando o que eu vejo”.

Joserides Soares Gomes, o “Pernambuco”, é feirante há 54 anos      Foto: Josseli Carvalho

FALTA PADRONIZAÇÃO

Raimundo Nonato Leite Marques, é peixeiro e feirante há 20 anos. Ele reclama da ausência de tendas e frisa, insatisfeito, que o recurso só existe para alguns. “Para os peixeiros não tem. Colocaram para os outros, mas para nós não”.

Somado a isso, há também a queixa de que não são dadas condições para que os estandes de peixes sejam higienizados de maneira satisfatória. Ele assevera que não tem como limpar sua área de trabalho e sempre que sai de lá, o local fica sujo.

De acordo com os relatos, devido a falta de limpeza, as escamas de peixes cobrem a grama no dia seguinte à feira

Fazendo coro a Raimundo, seu xará, Raimundo Barros Falcão, mais conhecido como Falcão, comerciante de aves há cerca de dois anos, contesta a falta de higiene da área e a ausência de barracas para todos. “A gente precisa de um lugar para trabalhar, um lugar direitinho”.

– Raimundo Barros Falcão é feirante há dois anos e vende galinhas e frangos      Foto: Josseli Carvalho

INVERNO

Uma outra preocupação já presente na cabeça dos feirantes é com o período chuvoso que se aproxima. A frágil estrutura colocada na feira será um desafio durante os temporais com ventos fortes. Na visão deles, a feira não foi pensada levando em conta as intempéries climáticas. (Texto: Luciana Araújo/Reportagem: Josseli Carvalho)