Correio de Carajás

Coronel marabaense assume comando de Arsenal de Guerra após furto de armas

Tenente-coronel Rivelino Barata foi substituído pelo coronel Mário Victor para dirigir o Arsenal de Guerra de São Paulo — Foto: Reprodução/Exército brasileiro

Uma mudança no comando do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, região metropolitana, trouxe o coronel Mário Victor Vargas Júnior, de 48 anos, natural de Marabá, ao centro das atenções. Ele foi nomeado para o cargo, substituindo o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, exonerado após o roubo de 21 metralhadoras do Arsenal.

A nomeação do coronel foi oficializada na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira (20). A justificativa para essa mudança no comando foi a “necessidade de serviço.” No entanto, o Exército não forneceu informações sobre a duração de sua nomeação como diretor do Arsenal.

O novo diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo possui um histórico militar de destaque. Vargas entrou para o Exército em 1993, na escola preparatória de formação de cadetes de Campinas. Formou-se na turma de 1997. Entre outras funções, ele comandou o 28º Batalhão Logístico, em Dourados (MS), e foi instrutor convidado na escola de comando do estado-maior do Exército boliviano em Cochabamba. Passou por batalhões no Amazonas, Pará e Ceará.

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A transição de comando ocorre em um momento delicado, devido ao furto de 21 metralhadoras do Arsenal, um incidente que resultou na exoneração do tenente-coronel Batista. A ação criminosa chamou a atenção de todo o país e desencadeou investigações e ações para recuperar as armas roubadas.

AVISO

Nesta quinta-feira (19), o general de brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, informou em uma entrevista coletiva em São Paulo que a exoneração era iminente. Pouco antes da coletiva, parte das metralhadoras desviadas foi encontrada na zona oeste do Rio de Janeiro, em um bairro conhecido como Gardênia Azul, uma área de atuação de uma narco milícia vinculada à facção Comando Vermelho.

A recuperação das armas foi resultado do trabalho dos agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), que encontraram quatro metralhadoras de calibre 50 e quatro fuzis de calibre 7.62. No total, foram furtadas 13 metralhadoras antiaéreas de calibre 50 e oito fuzis de calibre 7,62 do Arsenal de Guerra em Barueri.

ENTENDA O CASO

O general Maurício Gama explicou que estão sendo realizadas revisões nos processos de organização militar para identificar como ocorreu a falha que permitiu o furto e a retirada do armamento pesado do Arsenal. Ele também mencionou que dezenas de militares, incluindo novatos e oficiais, estão sob investigação, principalmente por falha administrativa.

Os militares que tinham responsabilidades de fiscalização e controle podem ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por quaisquer irregularidades. Eles receberam formulários de apuração de transgressão disciplinar, com até 72 horas para apresentar suas defesas.

Além disso, foi instaurado um inquérito civil militar que pode levar os responsáveis pelo furto das armas a julgamento pela Justiça Militar. Procedimentos administrativos também estão em andamento. Os militares temporários enfrentarão a expulsão, enquanto os militares de carreira serão submetidos a conselhos de justificação ou disciplina.

Até o momento, nenhum indivíduo foi preso no contexto do furto das armas, e cerca de 160 militares continuam aquartelados em Barueri. O general não especificou até quando durará o aquartelamento, mas destacou que esses militares podem ser requisitados para ações ou investigações futuras.

A suspeita é que o furto tenha ocorrido entre 5 e 8 de setembro, com a última conferência oficial das armas no local datando de 6 de setembro, antes do roubo ser descoberto. A investigação continua em andamento para identificar todos os envolvidos nesse incidente que gerou preocupação e demandou ações urgentes no Exército Brasileiro. (Thays Araujo)