Correio de Carajás

Brasil fica em 4º lugar em ranking mundial de ataques de tubarão; veja lista

Mundialmente, número de ataques não provocados aumentou com relação a 2022. Países com maior número de mortes são Estados Unidos e Austrália

Foto: Freepik

Em 2023, foram registrados 69 ataques de tubarão não provocados e 10 mortes em todo o mundo, segundo o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, levantamento realizado pela Universidade da Flórida (Estados Unidos) e atualizado todos os anos.

Com três casos, o Brasil ficou em quarto lugar no ranking de ocorrências, atrás apenas de Estados Unidos (36 ataques), Austrália (15) e Nova Caledônia (3, com uma morte registrada). Os ataques a brasileiros aconteceram em Jaboatão dos Guararapes e em Olinda, no estado de Pernambuco.

Os ataques não provocados em 2023 superaram os 63 registrados em 2022, e o número de mortes dobrou de um ano para o outro. São consideradas pela instituição “ataques não provocados” ocorrências em que não há intenção de interagir com o animal. Provocar o animal, para os pesquisadores, é se aproximar intencionalmente dos tubarões ou nadar em uma área em que são usadas iscas para atraí-los.

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A maior parte das vítimas de ataques acidentais são surfistas, que equivalem a 42% dos atingidos no ano passado; 39% das vítimas eram banhistas e 13%, mergulhadores a passeio.

A Austrália lidera o ranking em número de mortes, com quatro óbitos registrados no ano passado, seguida de Estados Unidos, com dois, Nova Caledônia, Egito, Bahamas e México, todos com uma morte contabilizada.

O que causou o aumento de ataques?
Gavin Naylor, diretor do Programa local de Pesquisa de Tubarões no Museu de História Nacional da Flórida, disse à Agência France-Presse (AFP) que os tubarões não estão mais violentos e nem mais numerosos — pelo contrário, a espécie está diminuindo. Um estudo publicado em 2021 pela revista Nature aponta que a abundância de tubarões e raias oceânicas diminuiu 71% desde 1970.

O que pode explicar a maior incidência de ataques, no entanto, é a pesca excessiva, que diminui a quantidade de peixes nos oceanos e obriga os tubarões a nadarem mais perto da costa em busca de alimento e, consequentemente, interagirem mais com os seres humanos.

“Quando há mais ataques, muitas vezes significa que mais pessoas estão passando tempo na água, não que os tubarões tenham se tornado mais perigosos”, afirmou Naylor.

Algumas espécies de tubarões são tão grandes que uma única mordida pode ser fatal. É o caso do tubarão-branco, em que os machos podem chegar a 4 metros de comprimento e as fêmeas, 4,9 metros; e do tubarão-tigre, que possui em média 6 metros, podendo chegar até 9 metros de comprimento.

(Correio Braziliense)