Correio de Carajás

Pedida intervenção militar no Estado

Os deputados federais Elcione Barbalho e Eder Mauro pediram ontem ao presidente da República, Michel Temer, intervenção federal na segurança pública do Pará, alegando que a onda crescente de violência, que inclui matanças, chacinas e motins em presídios revelam que o Estado perdeu o controle sobre a criminalidade. Eles querem que o Exército e a Força Nacional de Segurança comandem o processo de intervenção.

No documento, ao qual o repórter teve acesso, eles afirmam existir no Estado um “cenário de terror e descaso que todos os paraenses já conhecem e são obrigados a conviver nos últimos anos por causa da incapacidade de gestão do atual governo estadual”. Isso, segundo observam, foi traduzido por uma pesquisa internacional divulgada recentemente que classificou Belém como a décima cidade mais violenta do mundo.

“Esse mesmo estudo mostra ainda como a situação de violência disparou em nossa capital. Até 2016, Belém ocupava a 23ª posição, mas agora já está entre as dez cidades mais violentas do planeta. Além disso, o risco de morte também afeta quem trabalha para preservar a segurança. Até o dia 8 de abril, o Pará já tinha registrado mais da metade do total de policiais militares mortos em todo o ano de 2017”, observa o documento de pedido de intervenção na Segup.

Leia mais:

No total, são 4.416 mortes violentas em 2017, o que dá a média de 12 mortes diárias, uma cada duas horas. Essas mortes violentas correspondem a 52,8% dos registros por cada 100 mil habitantes. Além do maior número de mortes, a taxa de 2017 é a maior da história do Pará no quesito violência.

Em 2017, foram 3.782 homicídios, 215 latrocínios (assalto seguido de morte), 34 lesões corporais seguidas de morte e 385 mortes por intervenção policial. Do total de homicídios, 1.417 ocorreram na região metropolitana de Belém e 2.365 no interior do estado. Só em Belém foram 855 assassinatos, o que dá a impressionante taxa de 58,9% homicídios por cada 100 mil habitantes. Ano passado, o número de PMs mortos foi 35.

Polícia sucateada, falta de gestão, abandono e descaso, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Pará (Sindpol) José Pimentel, é o que está ocorrendo no setor. Na Polícia Militar não é diferente: o Pará é o segundo estado onde mais se mata policial militar no Brasil. “Estamos reféns do crime em uma terra sem lei”, afirmam Eder Mauro e Elcione Barbalho. (Carlos Mendes)

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Ministro diz que pasta está à disposição do Pará

 

O ministro extraordinário da Segurança, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (11), que o governo federal não foi acionado para ajudar o Estado do Pará após as 21 mortes registradas em decorrência de uma tentativa de fuga em um presídio. “Estamos à disposição do governo do Estado, caso sejamos chamados para apoiá-lo”, afirmou Jungmann ao Broadcast Político / Estadão. Procurado, o Palácio do Planalto informou apenas que quem poderia fazer comentários sobre o tema era o ministério da Segurança.

Auxiliares do presidente que acompanham o trabalho na esfera da Segurança destacaram que, por não se tratar de um crime federal e não ter sido registrada nenhuma solicitação de ajuda por parte do governador e nem da Justiça estadual, não há o que o governo federal possa fazer neste momento.

Na terça-feira, ao menos 21 pessoas morreram em uma troca de tiros após presos tentarem fugir do Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), considerado de segurança máxima, em Santa Izabel do Pará, região metropolitana de Belém. Em março, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou um relatório alertando sobre o risco de fuga na unidade. Entre os problemas de segurança, o órgão apontou “facilidade de resgate com apoio externo”, áreas de “vulnerabilidade” apenas com alambrado e “suspeita da articulação de internos com outras casas penais”.

Ao criar o ministério extraordinário da Segurança no fim de fevereiro e dar posse a Jungmann, o presidente Michel Temer destacou em seu discurso que os Estados continuariam os responsáveis pela segurança pública. “Caberá ao ministério coordenar e promover a integração das ações dos Estados, inclusive na área de inteligência”, disse Temer na ocasião. (AE)

 

Os deputados federais Elcione Barbalho e Eder Mauro pediram ontem ao presidente da República, Michel Temer, intervenção federal na segurança pública do Pará, alegando que a onda crescente de violência, que inclui matanças, chacinas e motins em presídios revelam que o Estado perdeu o controle sobre a criminalidade. Eles querem que o Exército e a Força Nacional de Segurança comandem o processo de intervenção.

No documento, ao qual o repórter teve acesso, eles afirmam existir no Estado um “cenário de terror e descaso que todos os paraenses já conhecem e são obrigados a conviver nos últimos anos por causa da incapacidade de gestão do atual governo estadual”. Isso, segundo observam, foi traduzido por uma pesquisa internacional divulgada recentemente que classificou Belém como a décima cidade mais violenta do mundo.

“Esse mesmo estudo mostra ainda como a situação de violência disparou em nossa capital. Até 2016, Belém ocupava a 23ª posição, mas agora já está entre as dez cidades mais violentas do planeta. Além disso, o risco de morte também afeta quem trabalha para preservar a segurança. Até o dia 8 de abril, o Pará já tinha registrado mais da metade do total de policiais militares mortos em todo o ano de 2017”, observa o documento de pedido de intervenção na Segup.

No total, são 4.416 mortes violentas em 2017, o que dá a média de 12 mortes diárias, uma cada duas horas. Essas mortes violentas correspondem a 52,8% dos registros por cada 100 mil habitantes. Além do maior número de mortes, a taxa de 2017 é a maior da história do Pará no quesito violência.

Em 2017, foram 3.782 homicídios, 215 latrocínios (assalto seguido de morte), 34 lesões corporais seguidas de morte e 385 mortes por intervenção policial. Do total de homicídios, 1.417 ocorreram na região metropolitana de Belém e 2.365 no interior do estado. Só em Belém foram 855 assassinatos, o que dá a impressionante taxa de 58,9% homicídios por cada 100 mil habitantes. Ano passado, o número de PMs mortos foi 35.

Polícia sucateada, falta de gestão, abandono e descaso, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Pará (Sindpol) José Pimentel, é o que está ocorrendo no setor. Na Polícia Militar não é diferente: o Pará é o segundo estado onde mais se mata policial militar no Brasil. “Estamos reféns do crime em uma terra sem lei”, afirmam Eder Mauro e Elcione Barbalho. (Carlos Mendes)

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Ministro diz que pasta está à disposição do Pará

 

O ministro extraordinário da Segurança, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (11), que o governo federal não foi acionado para ajudar o Estado do Pará após as 21 mortes registradas em decorrência de uma tentativa de fuga em um presídio. “Estamos à disposição do governo do Estado, caso sejamos chamados para apoiá-lo”, afirmou Jungmann ao Broadcast Político / Estadão. Procurado, o Palácio do Planalto informou apenas que quem poderia fazer comentários sobre o tema era o ministério da Segurança.

Auxiliares do presidente que acompanham o trabalho na esfera da Segurança destacaram que, por não se tratar de um crime federal e não ter sido registrada nenhuma solicitação de ajuda por parte do governador e nem da Justiça estadual, não há o que o governo federal possa fazer neste momento.

Na terça-feira, ao menos 21 pessoas morreram em uma troca de tiros após presos tentarem fugir do Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), considerado de segurança máxima, em Santa Izabel do Pará, região metropolitana de Belém. Em março, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou um relatório alertando sobre o risco de fuga na unidade. Entre os problemas de segurança, o órgão apontou “facilidade de resgate com apoio externo”, áreas de “vulnerabilidade” apenas com alambrado e “suspeita da articulação de internos com outras casas penais”.

Ao criar o ministério extraordinário da Segurança no fim de fevereiro e dar posse a Jungmann, o presidente Michel Temer destacou em seu discurso que os Estados continuariam os responsáveis pela segurança pública. “Caberá ao ministério coordenar e promover a integração das ações dos Estados, inclusive na área de inteligência”, disse Temer na ocasião. (AE)