Correio de Carajás

Haverá mais fugas, avisa detento

Ao ser levado de volta para a custódia da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (SUSIPE), na manhã de ontem (6), o detento Cayo Adriano da Rocha Silva, de 24 anos, fez a seguinte afirmação para a Imprensa que cobria o noticiário policial na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil em Marabá: “Vai ter outra inédita de novo”. Para bom entendedor está claro que o presidiário faz um aviso de que uma fuga de grandes proporções (semelhante à de domingo, dia 3) pode estar prestes a acontecer no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA).

Cayo é um dos 19 detentos que fugiram do CRAMA no domingo, ocasião em que um deles filmou a fuga em massa dos encarcerados. Ele foi recapturado na manhã de terça-feira (5), no complexo São Félix. No mesmo dia e no mesmo bairro, só que às 21 horas, outro detento foi recapturado. Trata-se de Geovane Silva Assunção, também de 24 anos.

Na manhã de ontem, Cayo Adriano estava sorridente ao ser embarcado na viatura que o levaria de volta aos cuidados da SUSIPE e ainda brincou com a Imprensa, dizendo que daria uma entrevista se lhe pagassem. Por outro lado, o outro preso recapturado, Geovane Assunção, estava sempre de expressão séria e não disse nada.

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Questionada sobre a declaração de Cayo Adriano, a SUSIPE informou, por meio de sua Assessoria de Comunicação em Belém, que a segurança na unidade prisional já foi devidamente reforçada e que o depoimento do preso recapturado será alvo de investigação no inquérito sob responsabilidade da Polícia Civil.

De acordo com as informações que foram prestadas pela Susipe, ainda estão foragidos os detentos Daniel Lopes dos Santos, Savio Silva Lima, Wanderson Ferreira Silva, Fabiano Feitosa Sousa, Renan Araújo do Nascimento, Jonata de Sousa, Paulo Henrique de Freitas Mendes, Eugilson da Silva Costa, Melque Henrique Silva, Ronan Aladim Alves, Felipe Chagas dos Santos, Ari Reinaldo Pinto Batista, Gabriel Sousa da Silva, Paulo Henrique Pereira de Almeida e Cristoph da Silva Lopes.

OAB diz que situação é inaceitável

“Extremamente preocupante a fragilidade do CRAMA em Marabá”. A afirmação é do advogado Odilon Vieira, membro da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seção Pará, referindo-se à fuga em massa ocorrida no último domingo (3), quando 19 detentos deixaram o Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA) e ainda filmaram a fuga. Ele também critica a superlotação carcerária na casa penal.

Segundo a própria Susipe, atualmente, a penitenciária Mariano Antunes custodia nada menos de 614 detentos, mas tem capacidade projetada para apenas 180. “É inaceitável a inércia estatal em não construir casas penais; o Estado termina por atrair parte da responsabilidade ao colocar três presos onde cabe um. O Pará poderia realizar parceria público-privada (PPP), a experiência no Brasil mostra que nesses modelos praticamente não existe fuga, além de o apenado trabalhar e gerar lucro”, opina.

Odilon Vieira diz mais: “Ficamos perplexos com a fuga em massa ocorrida domingo e mais ainda o atrevimento dos fugitivos em filmar divulgar a fuga”. Ele acrescenta ainda que o Estado do Pará deve assumir o seu papel, pois é responsável por fortalecer a segurança interna e externa da casa penal, mas isso os policiais militares não podem fazer. Ele explica por que: “Em episódios lamentáveis, policiais foram presos e processados disciplinarmente por utilizarem sua arma de fogo ao evitar fugas”.

Ainda de acordo com o advogado, o momento exige destacar algumas mazelas que acometem a infraestrutura do CRAMA e fragilizam a segurança do lugar. “Não existe sistema de câmeras, ligação entre as guaritas e corpo de guarda, muito menos armas não letais”, denuncia, acrescentando que, por conta desse descaso, a OAB pretende cobrar do sistema penal a responsabilização pelas fugas. (Chagas Filho)

Ao ser levado de volta para a custódia da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (SUSIPE), na manhã de ontem (6), o detento Cayo Adriano da Rocha Silva, de 24 anos, fez a seguinte afirmação para a Imprensa que cobria o noticiário policial na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil em Marabá: “Vai ter outra inédita de novo”. Para bom entendedor está claro que o presidiário faz um aviso de que uma fuga de grandes proporções (semelhante à de domingo, dia 3) pode estar prestes a acontecer no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA).

Cayo é um dos 19 detentos que fugiram do CRAMA no domingo, ocasião em que um deles filmou a fuga em massa dos encarcerados. Ele foi recapturado na manhã de terça-feira (5), no complexo São Félix. No mesmo dia e no mesmo bairro, só que às 21 horas, outro detento foi recapturado. Trata-se de Geovane Silva Assunção, também de 24 anos.

Na manhã de ontem, Cayo Adriano estava sorridente ao ser embarcado na viatura que o levaria de volta aos cuidados da SUSIPE e ainda brincou com a Imprensa, dizendo que daria uma entrevista se lhe pagassem. Por outro lado, o outro preso recapturado, Geovane Assunção, estava sempre de expressão séria e não disse nada.

Questionada sobre a declaração de Cayo Adriano, a SUSIPE informou, por meio de sua Assessoria de Comunicação em Belém, que a segurança na unidade prisional já foi devidamente reforçada e que o depoimento do preso recapturado será alvo de investigação no inquérito sob responsabilidade da Polícia Civil.

De acordo com as informações que foram prestadas pela Susipe, ainda estão foragidos os detentos Daniel Lopes dos Santos, Savio Silva Lima, Wanderson Ferreira Silva, Fabiano Feitosa Sousa, Renan Araújo do Nascimento, Jonata de Sousa, Paulo Henrique de Freitas Mendes, Eugilson da Silva Costa, Melque Henrique Silva, Ronan Aladim Alves, Felipe Chagas dos Santos, Ari Reinaldo Pinto Batista, Gabriel Sousa da Silva, Paulo Henrique Pereira de Almeida e Cristoph da Silva Lopes.

OAB diz que situação é inaceitável

“Extremamente preocupante a fragilidade do CRAMA em Marabá”. A afirmação é do advogado Odilon Vieira, membro da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seção Pará, referindo-se à fuga em massa ocorrida no último domingo (3), quando 19 detentos deixaram o Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA) e ainda filmaram a fuga. Ele também critica a superlotação carcerária na casa penal.

Segundo a própria Susipe, atualmente, a penitenciária Mariano Antunes custodia nada menos de 614 detentos, mas tem capacidade projetada para apenas 180. “É inaceitável a inércia estatal em não construir casas penais; o Estado termina por atrair parte da responsabilidade ao colocar três presos onde cabe um. O Pará poderia realizar parceria público-privada (PPP), a experiência no Brasil mostra que nesses modelos praticamente não existe fuga, além de o apenado trabalhar e gerar lucro”, opina.

Odilon Vieira diz mais: “Ficamos perplexos com a fuga em massa ocorrida domingo e mais ainda o atrevimento dos fugitivos em filmar divulgar a fuga”. Ele acrescenta ainda que o Estado do Pará deve assumir o seu papel, pois é responsável por fortalecer a segurança interna e externa da casa penal, mas isso os policiais militares não podem fazer. Ele explica por que: “Em episódios lamentáveis, policiais foram presos e processados disciplinarmente por utilizarem sua arma de fogo ao evitar fugas”.

Ainda de acordo com o advogado, o momento exige destacar algumas mazelas que acometem a infraestrutura do CRAMA e fragilizam a segurança do lugar. “Não existe sistema de câmeras, ligação entre as guaritas e corpo de guarda, muito menos armas não letais”, denuncia, acrescentando que, por conta desse descaso, a OAB pretende cobrar do sistema penal a responsabilização pelas fugas. (Chagas Filho)