Correio de Carajás

Greve provoca escassez de combustível em Marabá

Representantes dos caminhoneiros e do governo federal se reúnem na tarde desta quinta-feira (24) para tentar chegar a um consenso sobre a paralisação da categoria. Enquanto isso não acontece, moradores dos municípios do sudeste do Pará começam a sentir o impacto do movimento. Nesta quinta-feira (24), alguns postos de gasolina em Marabá já não tinham mais combustível para vender. Filas de carros e motos também foram registrados na cidade, pois muitos consumidores queriam garantir o abastecimento.

O CORREIO percorreu alguns postos do município para conferir a disponibilidade e valor da gasolina, álcool e diesel. No posto São Bento, por exemplo, o litro da gasolina comum está custando R$4,63, enquanto a mesma quantidade de diesel é vendida a R$3,94, o comum, e R$3,99, o S-10. No estabelecimento, a equipe de reportagem conversou com Cléber Silva Santos, quem disse que manifestação é válida e deve continuar pelos próximos dias.

“Acho uma melhoria, eles estão certíssimos, porque eu trabalho com caminhão e o que acontece é que se coloca uma carga em cima do caminhão, se tira o diesel, pedágio e imposto e não sobra nada. Eles demoraram muito, já deviam ter feito bem antes”. Para Cléber os produtos precisam ficar escassos para chamar atenção do governo, que segundo ele, só reage quando é pressionado. Já o motorista Raimundo Lacerda fez questão de correr ao posto mais próximo, localizado na rotatória do Shopping Verdes Mares, para encher o tanque da moto.

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Ele acredita que de hoje para amanhã, a situação começará a ficar mais crítica no município, com mais postos fechados e sem combustível. “Principalmente em Itupiranga, os postos já não tem mais e em várias cidades pequenas. O que o pessoal tem que fazer é tirar esse governo que está lá e não tem como continuar”. Lacerda disse ainda que andará a pé alguns dias, para economizar. “Os postos que tiverem gasolina vão aumentar o preço para ter um ganho maior e não vai ter lógica desse jeito. E o prejuízo sempre é do trabalhador. O governo Temer para mim tem que sair, tem que ser PT de novo”, declara.

No local, um frentista tentou barrar a atuação da equipe de reportagem, com a intenção de proibir que fossem realizadas entrevistas com os clientes do posto, que inclusive, dentre todos os visitados, tem a gasolina comum mais cara, custando R$4,75 o litro. Já o diesel comum está sendo comercializado a R$4,17 e o etanol a R$3,90. O Jornal também conversou com o gerente do Montana, Kelson Soares. Ele confirmou que apenas dois outros postos do grupo empresarial têm combustível disponível. Além disso, acrescentou que a procura tem sido grande nesta quarta (24), porque os consumidores não estão encontrando gasolina facilmente.

Movimento

Realizada em todo o país, a paralisação é uma resposta à alta no preço dos combustíveis. Em Marabá, na tarde de ontem (24), os caminhoneiros fecharam a Rodovia BR-155, antes do Distrito Industrial e sustentaram que só vão parar greve quando tiver uma decisão favorável às reivindicações. “Um caminhão de grande porte se fatura R$70 mil hoje, está gastando R$50 mil só de combustível. Aí você tira 12% de um motorista, custo de pneu, imposto e tudo o que a gente consome no caminhão é muito grande. Chega no final do ano e a gente não aguenta mais essa conta”, reclama Jaime Caetano de Paula motorista de caminhão. Ele estava passando em Marabá, vindo do estado do Mato Grosso em direção a Barcarena, quando decidiu apoiar a causa.

Para Euzébio Pereira, outro caminhoneiro manifestante, essa é a hora para agir e pressionar o governo. Segundo ele, é preciso que as pessoas sejam menos preconceituosas com os trabalhadores do ramo, destacando o desrespeito que sofrem diariamente. “O caminhoneiro é mal visto em todo o país. Hoje ele não tem uma boa aparência aos olhos da população. Aonde ele chega é maltratado, porque não tem um apoio. Ele não tem condições e nem tempo de comer bem, não tem hora para dormir ou acordar”. (Nathália Viegas)

 

Representantes dos caminhoneiros e do governo federal se reúnem na tarde desta quinta-feira (24) para tentar chegar a um consenso sobre a paralisação da categoria. Enquanto isso não acontece, moradores dos municípios do sudeste do Pará começam a sentir o impacto do movimento. Nesta quinta-feira (24), alguns postos de gasolina em Marabá já não tinham mais combustível para vender. Filas de carros e motos também foram registrados na cidade, pois muitos consumidores queriam garantir o abastecimento.

O CORREIO percorreu alguns postos do município para conferir a disponibilidade e valor da gasolina, álcool e diesel. No posto São Bento, por exemplo, o litro da gasolina comum está custando R$4,63, enquanto a mesma quantidade de diesel é vendida a R$3,94, o comum, e R$3,99, o S-10. No estabelecimento, a equipe de reportagem conversou com Cléber Silva Santos, quem disse que manifestação é válida e deve continuar pelos próximos dias.

“Acho uma melhoria, eles estão certíssimos, porque eu trabalho com caminhão e o que acontece é que se coloca uma carga em cima do caminhão, se tira o diesel, pedágio e imposto e não sobra nada. Eles demoraram muito, já deviam ter feito bem antes”. Para Cléber os produtos precisam ficar escassos para chamar atenção do governo, que segundo ele, só reage quando é pressionado. Já o motorista Raimundo Lacerda fez questão de correr ao posto mais próximo, localizado na rotatória do Shopping Verdes Mares, para encher o tanque da moto.

Ele acredita que de hoje para amanhã, a situação começará a ficar mais crítica no município, com mais postos fechados e sem combustível. “Principalmente em Itupiranga, os postos já não tem mais e em várias cidades pequenas. O que o pessoal tem que fazer é tirar esse governo que está lá e não tem como continuar”. Lacerda disse ainda que andará a pé alguns dias, para economizar. “Os postos que tiverem gasolina vão aumentar o preço para ter um ganho maior e não vai ter lógica desse jeito. E o prejuízo sempre é do trabalhador. O governo Temer para mim tem que sair, tem que ser PT de novo”, declara.

No local, um frentista tentou barrar a atuação da equipe de reportagem, com a intenção de proibir que fossem realizadas entrevistas com os clientes do posto, que inclusive, dentre todos os visitados, tem a gasolina comum mais cara, custando R$4,75 o litro. Já o diesel comum está sendo comercializado a R$4,17 e o etanol a R$3,90. O Jornal também conversou com o gerente do Montana, Kelson Soares. Ele confirmou que apenas dois outros postos do grupo empresarial têm combustível disponível. Além disso, acrescentou que a procura tem sido grande nesta quarta (24), porque os consumidores não estão encontrando gasolina facilmente.

Movimento

Realizada em todo o país, a paralisação é uma resposta à alta no preço dos combustíveis. Em Marabá, na tarde de ontem (24), os caminhoneiros fecharam a Rodovia BR-155, antes do Distrito Industrial e sustentaram que só vão parar greve quando tiver uma decisão favorável às reivindicações. “Um caminhão de grande porte se fatura R$70 mil hoje, está gastando R$50 mil só de combustível. Aí você tira 12% de um motorista, custo de pneu, imposto e tudo o que a gente consome no caminhão é muito grande. Chega no final do ano e a gente não aguenta mais essa conta”, reclama Jaime Caetano de Paula motorista de caminhão. Ele estava passando em Marabá, vindo do estado do Mato Grosso em direção a Barcarena, quando decidiu apoiar a causa.

Para Euzébio Pereira, outro caminhoneiro manifestante, essa é a hora para agir e pressionar o governo. Segundo ele, é preciso que as pessoas sejam menos preconceituosas com os trabalhadores do ramo, destacando o desrespeito que sofrem diariamente. “O caminhoneiro é mal visto em todo o país. Hoje ele não tem uma boa aparência aos olhos da população. Aonde ele chega é maltratado, porque não tem um apoio. Ele não tem condições e nem tempo de comer bem, não tem hora para dormir ou acordar”. (Nathália Viegas)