Correio de Carajás

Economia local: Despesas pessoais elevam índice

O Índice de Preços ao Consumidor fechou o mês de julho com variação de 0,32%, de acordo com o Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá, vinculado ao curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, a Unifesspa. O valor é 0,54% inferior a junho, mês em que se registrou alta nos artigos de educação (mensalidade, matrícula, material escolar). A divulgação dos dados é feita pela Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Unifesspa, em parceria com a Fundação Amazônica de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), por meio do Lainc.

Dentre os últimos três meses, julho foi o que teve menor inflação, em comparação a maio (0,59%) e junho (0,86%). No entanto, foi o mês em que o grupo Alimentação sofreu variação positiva, passando de uma deflação nos meses de maio (-1,27%) e junho (-0,11%) para inflação de 0,16%.

Os itens desta categoria que tiveram maior queda em maio foram: carnes e peixes industrializados (-12,21%), sal e condimentos (-6,93%), farinhas, féculas e massas (-6,21%) e alimentação fora do domicílio (-5,65%). Enquanto açúcares e derivados (-12,37), pescados (-5,75), cereais, leguminosas e oleaginosas (-4,47), além das hortaliças e verduras (-4,06), apresentaram redução nos valores em junho.

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A taxa de 0,16% registrada em junho foi ocasionada pelo aumento do preço médio dos alimentos preparados e semipreparados (18,48%); óleos e gorduras (10,97%), com destaque para óleo de soja (13,03%); sal e condimentos (4,79%), com destaque para o sal (47,43%); atomatado (28,31%); vinagre (23,36%) e carnes (3,54%).

Em maio, os grupos de despesas pessoais (7,53%), educação (3,24%), comunicação (4,12%), saúde e cuidados pessoais (4,60%) foram responsáveis por puxarem a inflação do mês. O mesmo cenário persistiu no mês posterior (junho), com variações positivas nas despesas pessoais (2,92%), educação (7,7%) e comunicação (5,34%).

Greve dos caminhoneiros

A greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio deste ano, também teve influência no valor de alguns itens, como salienta Fernando Nogueira, supervisor técnico do Lainc. “O impacto foi grande, porque no mês referido o índice [do grupo de transportes] ficou acima de 1%, devido o combustível ser insumo fundamental no transporte de mercadorias para nossa região”. Porém, mesmo com a paralisação, o preço para o grupo de alimentação e bebidas sofreu pouca alteração.

“O destaque é que mesmo com a greve dos caminhoneiros e alta dos combustíveis, ainda assim os alimentos básicos tiveram deflação. E mantiveram o índice dentro do esperado pelo governo federal”, concluiu.

 

GRUPOS Participação no orçamento (%) Contribuição

(%)

(Julho)

Variação mensal

(%)

Variação acumulado no ano (%)
Julho Junho Maio
Alimentação e bebidas 43,17 0,07 0,16 -0,11 -1,27 -1,49
Habitação 13,50 0,03 0,23 0,83 0,59 1,58
Artigo de residência 5,94 0,09 1,45 0,64 1,49 8,89
Vestuário 9,74 0,1 1,03 1,47 1,47 11,37
Transportes 8,67 -0,05 -0,61 1,87 -1,88 3,77
Saúde e cuidados pessoais 9,58 -0,07 -0,7 0,42 4,60 2,45
Despesas pessoais 5,32 0,23 4,39 2,92 7,53 18,86
Educação 1,72 -0,08 -4,45 7,7 3,24 8,54
Comunicação 2,35 0 0 5,34 4,12 15,33
Índice geral 100,00 0,32 0,32 0,86 0,59 3,22

IPC/MBA, por grupo de despesas das famílias com rendimentos entre 1 e 5 salários mínimos – 2018.

(Nathália Viegas)